sexta-feira, 22 de abril de 2011

Palavras de amor...


Namoro à distância. Se me perguntassem sobre isso há tempos atrás, só ouviriam a resposta: “Isso não funciona. Não acredito que possa dar certo”. Como se o feitiço se voltasse contra a feiticeira, ou como diz minha mãe, “não cuspa para cima”... SPLASH.

Hoje, completam-se seis anos do primeiro beijo. Beijo este, que não teve sininhos, nem a ilusão de amor ao primeiro contato, nem mesmo a intenção de nunca terminar. Foi uma história comum, numa noite sem brilho, fruto de ações estimuladas por alguns goles de cerveja. Ok, muitos.

A história que se seguiria também não trouxe grandes revelações nem paixão arrebatadora. Foi algo construído dia após dia. Foi depois até de certa insistência, que vimos germinar o amor. “Eu nunca disse isso para ninguém, Dani, mas eu te amo” e essa frase veio sem uma resposta. Mas fora exatamente esta que começava a mudar o nosso futuro. Aquele menino simples, tímido, de coração puro, começava a conquistar o meu coração.

Depois veio minha graduação, minha escolha pela pós-graduação e a mudança para Londrina. Dificílima adaptação em estar longe dos carinhos, dos gestos doces, das palavras de ternura. A cada reencontro feliz, se seguia uma triste despedida. E assim foi nos próximos dois anos, até que veio a separação.

Um longo ano, em que ele pode aproveitar a fase final da universidade e ambos experimentamos o estimulante e ácido sabor de estarmos solteiros. Nas palavras do Fábio, “as pessoas se separam para ver se conseguem ficar longe”. Nós não conseguimos. Reatamos nosso amor, como se ele nem ao menos tivesse sido rompido, como se nenhum dia daqueles mais de 400, tivesse sido impedimento para a sobrevivência de um amor.

Veio a formatura dele, o novo emprego e o plano de estarmos juntos. Adiado mais uma vez. Meu intercâmbio e com ele, a maior distância física... Entretanto, a sensação de estarmos sempre lado a lado. Até agora, nada mudou. Vivemos longe, sempre conectados.

O que nos une é a sincera certeza de que não queremos olhar para trás e ver que não tentamos, que não conquistamos nossos objetivos, de que nem eu, nem ele, seremos impedimento para a realização do outro. E realizaremos tudo isso, juntos.

Eu sempre pude ver naquele par de olhos azuis um brilho especial ao me olhar. Isso me encanta até hoje. Ao me ver refletida naquele mar de água cristalina, me reconheço enquanto pessoa, enquanto mulher e ali encontro os meus planos de futuro, ao lado do meu grande amor.

No momento em que escrevo este texto (22/04/2011), o Globo Repórter apresenta a história de amor entre o príncipe William e a futura princesa Kate Middleton. Embora longe de ser um conto de fadas, nosso namoro sempre teve a nobre sensação de amor verdadeiro. O ingrediente que faz um homem normal como o Fábio, ter o poder de transformar uma mulher comum como eu, em rainha.

Mas afinal, até quando vamos continuar sobrevivendo com a dor de estarmos longe? O que a gente espera é que a máxima funcione: “Depois de casar sara”.

Naqueles dias em que a gente dorme e gostaria de acordar em outro lugar...


Tudo está correndo no seu devido ritmo - talvez não exatamente como você gostaria, mas no seu ritmo. Você faz tudo o que está ao seu alcance para realizar seus objetivos, tem iniciativa, força de vontade, mas falta ainda uma única coisinha, falta ainda aquela oportunidade que faz a diferença.

Isso te força a analisar a sua vida. O que você fez, o que já realizou, já conquistou, as experiências pelas quais passou. E se sente bem. Sente satisfação por muitas vezes ter ido além de onde imaginava e além ainda do que muitas pessoas poderiam acreditar que chegaria. Por isso, apesar de o cenário não ser exatamente como o que você planejou, sente-se feliz pelo roteiro que conseguiu construir.

Mas, ou você cria expectativas demais sobre as pessoas, ou parte delas é que subestima a sua capacidade. Então alguém chega, pega o roteiro que você levou anos para construir e simplesmente o descarta, o parte como alguém que rasga um pedaço de papel inútil.

Ser subestimado é como receber um golpe na sua própria honra e dignidade. Principalmente quando a descrença parte de quem deveria ser o maior impulsionador dos teus sonhos e incentivo para tuas conquistas.

A todo momento você precisa querer mais, lutar mais forte, afinal, está sozinho na batalha. Não há um exército atrás do guerreiro e ele deve seguir em lutas quase que suicidas. E segue. E vence. Com muito mais dificuldade do que se ele tivesse aquela equipe de apoio, mas vence.

Essa vitória tem ainda mais gosto de realização pelo fato de ter sido conquistada por apenas um indivíduo? Não. Sinto dizer, meus senhores, mas não. Nenhum soldado quer encarar o desconhecido sozinho. Todos querem dividir os louros, serem parabenizados, ou ao menos ouvir “eu sabia que você conseguiria”.

Mas a vida nem sempre nos reserva este tipo de experiência. Na minha vivência, infelizmente - ou felizmente... ainda não consigo realmente analisar se isso será positivo algum dia – as coisas nunca vieram fáceis. Sempre foi depois de muita luta, de certo sofrimento, muitas vezes me sentindo como um velho guerreiro solitário, que finalmente pude colher vitórias e saborear a mais deliciosa sensação de que tudo valeu a pena.

E quando então você acha que agora irão festejar ao seu lado, engana-se. Estão apenas preparando os argumentos para um próximo combate de palavras. E, para piorar, estas são armas que te pegam desprevenido, com a guarda baixa, e causam ferimentos ainda mais difíceis de sarar.

Um dia eles serão curados e deixarão tua pele ainda mais forte, pronta para resistir aos próximos ataques. Mas isso não tira a dor que eles causam. Nem ameniza a tua decepção. Só te faz querer ir mais longe - talvez ficar mais longe.

Como hoje você não alcança essa resolução, sente-se como naqueles dias em que quer dormir e acordar em outro lugar...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O que trago na memória


Costumo dizer que a Austrália é um Brasil que deu certo.

Temos o mesmo clima, nossa natureza também é exuberante, nossas praias são paradisíacas e nosso povo também é muito acolhedor. A diferença é que a Austrália soube usar tudo isso ao seu favor.

Segurança nas ruas, cidades que funcionam, transporte público eficiente (se comparado ao Brasil), receptividade, bem-estar, beleza nas vias, informações, enfim, tudo o que poderíamos ter ao nosso alcance em nosso país.

Sendo um país relativamente novo (são cerca de 240 anos de história) e tendo sido colonizado pelos ingleses, a Austrália teve mais sorte por não ter sido explorada até a sua raiz para a extração de riquezas naturais. Embora no início de sua história o solo australiano, por sua localização afastada dos demais continentes, foi utilizado como colônia penal do Reino Unido, a colonização européia aos poucos foi mudando este cenário e construindo aquele país incrível.

O que se vê hoje é um país em efervescência. Um território dinâmico, brilhante, conciliador e também, cheio de contrastes. Grandes cidades, largos desertos. Multiculturalismo e regionalismo. Cultura urbana e aborígene. Velocidade e tranquilidade. E por aí vai... talvez, infinitamente...

Você pode estar numa metrópole e sentir-se em uma vila esquecida no tempo. Viajar pelas estações de trem por trocados de dólares e conhecer aspectos tão diversificados que seria impossível descrevê-los em plenitude.

Até hoje eu me surpreendo com meus pensamentos ao relembrar o quanto era bom estar lá. Sydney, em especial, é uma cidade fantástica. Ainda me falta conhecer muuuuita coisa nesse mundão a fora, mas dentre todos os lugares que já visitei, Sydney é disparada a melhor cidade, a mais bonita, mais organizada, enfim o melhor lugar para se viver.

Procurando fotos para ilustrar esse texto... Parece que nenhuma delas é suficientemente bonita para resumir o que quero dizer, afinal a imagem gravada memória é incomparavelmente mais bela.

Contraditório pensar nisso, mas quando eu estava lá, sentia falta das pessoas que aqui estão. Agora que estou aqui, sinto falta da cidade e do estilo de vida que ela proporciona. É, não dá para se ter tudo ao mesmo tempo.

Bordões à parte, eu certamente tive muito com essa experiência!

Reconectando...


Quase oito meses sem escrever... Nem pude relatar todas as aventuras em solo australiano.Posso confessar que achei que seria mais fácil ter aquela rotina maluca e ainda ecrever um pouquinho todas as noites. Me enganei.

A rotina de brasileiros que, como eu, precisam trabalhar – e muito – quando moram no exterior é ainda mais atribulada que a rotina de trabalho que levamos aqui no Brasil. Eu acordava as 7h da manhã, ia para a escola e tinha aula todos os dias, até as 15h30 da tarde. Às 17h começava a trabalhar como garçonete em um restaurante badaladíssimo. Corria a noite toda, literalmente corria, levando bebida para os clientes. Que academia, que nada! A malhação era ali mesmo. Por volta de meia noite ou 1h da manhã, chegava em casa e imagine você, o que eu mais queria ver nesta hora: minha cama, óbvio.

Por isso, não tinha energia útil para dar prosseguimento a este blog.

Cheguei no Brasil no dia 24 de janeiro e, desde então a minha luta é para arrumar um emprego. E vale ressaltar mais uma observação. O desempregado que é realmente preocupado em conseguir uma recolocação no mercado de trabalho, trabalha muito. São horas em frente ao computador, cadastrando currículos, muitos calos nos pés, inúmeras viagens, ônibus urbano, e claro, um stress danado, afinal, chega o início do mês e, apesar de você ter estado bastante ocupado, não tem salário entrando na conta bancária.

Agora, nos próximos posts, pretendo escrever sobre as experiências vividas na Austrália, bem como relatar a vivência do dia-a-dia que passa a me acompanhar.